quinta-feira, 20 de abril de 2017

ARTISTA DEIXOU QUE USASSEM SEU CORPO COMO UM OBJETO E O RESULTADO NOS FAZ REFLETIR


Marina Abramovic é uma artista polêmica e não é de hoje. Recentemente ela lançou um de seus materiais mais estranhos chamado "Rhytm 0" realizado na década de 1970.

O evento artístico foi levado a cabo em 1974,  em um pequeno estúdio de Nápoles, Itália. O registro fotográfico do que aconteceu e o seu relato, chocaram o mundo.

No mundo da arte, muitas vezes, as coisas mais simples revelam a sua excelência.
No evento em questão, Marina Abramovic permaneceu imóvel por 6 horas, como se fosse um objeto inanimado a mercê do público.

Durante esse tempo, os participantes poderiam interagir com o seu corpo como quisessem, e usar 72 objetos que estavam em uma mesa próxima com as seguintes instruções:

"Há 72 itens na mesa e vocês podeM usá-los como quiserem em mim.
Premissa: Eu sou um objeto. Durante este período, eu assumo toda a responsabilidade pelo que acontecer.
Duração: 6 horas (20:00-02h00)"

Haviam objetos inofensivos, como penas, flores, água e outros perigosos como facas, correntes e uma arma de fogo carregada. Tudo começou de forma modesta. Alguém se aproximou com flores, outro a amarrou com uma corda em um objeto, ainda outro fez cócegas nela.

Mas aos poucos, eles foram mudando em uma escalada de interação cada vez pior...

O público começou a usar correntes e a encharcou com água. Quando ela continha as suas reações, as pessoas aumentavam a intensidade com o fim de humilhar aquele "objeto imóvel".

Outros a obrigaram a se sentar a a apontar a si mesma com a arma de fogo, e teve um homem que utilizou uma lâmina de barbear para fazer um corte no seu pescoço.

O crítico de arte e autor, Thomas McEvilley, quem observou a performance, disse que:

"Começou modesto. Alguém a fez dar voltas contra a parede. Alguém mais levantou os seus braços. Alguém a tocou um pouco mais do que o normal... 

Durante a terceira hora, toda a sua roupa havia sido cortada com facas. 

Na quarta hora, esses mesmos objetos afiados começaram a explorar a sua pele. Vários abusos sexuais menores foram levados a cabo. Ela estava tão comprometida com a sua performance, que não se teria resistido a ser estuprada ou assassinada".

A própria Abramovic lembra como foi aquele momento:

"Me senti violentada, cortaram minha roupa, me cravaram espinhos de rosas no estômago, me apontaram com uma pistola".

Um homem chegou a agarrar diferentes partes do seu corpo. Mas quando as 6 horas terminaram, ela caminhou pelo lugar. Ninguém se atrevia à olhar nos seus olhos.


"Este trabalho revela algo terrível da humanidade. Demonstra o quão rápido uma pessoa pode te machucar, dadas as circunstâncias favoráveis. Mostra o fácil que é desumanizar uma pessoa que não contra-ataca, que não se defende. Mostra que dada a oportunidade, a maioria das pessoas 'normais', podem ser realmente violentas".

Marina Abramovic on Rhythm 0 (1974) from Marina Abramovic Institute on Vimeo.
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Após o término do evento, as pessoas não queriam discutir com ela. Não queriam ser julgadas.
Pareciam simplesmente querer esquecer o que foram capazes de fazer a outra pessoa.

Fonte Fonte

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