quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Síndrome de Hikikomori - Perdendo tudo Menos o Quarto


Hoje compartilhamos um pouco sobre um fenômeno em que homens e mulheres no Japão, em sua maioria jovens, padecem da síndrome de Hikikomori...

O que é a síndrome de Hikikomori?

Hikikomori significa em japonês "isolado em casa", e usado como termo para referir à síndrome e ao indivíduo que padeça de "isolamento social extremamente grave". Essa síndrome estendeu-se na sociedade japonesa até se converter em um verdadeiro problema social.


Os "hikikomori", aqueles que sofrem desse transtorno, são jovens que têm uma atitude de se manter à margem da sociedade, em sua maioria homens.
Essas pessoas sofrem de uma espécie de fobia e ansiedade sociais que leva eles a ficarem em casa, evitando qualquer pressão ou stress do exterior.

Como os hikikomori fogem do mundo?

Os hikikomori isolam-se em seu quarto ou outra sala de sua casa, especificamente na casa de sua família e permanecem ali por muito tempo, inclusive anos. Suas atividades costumam ser noturnas, período em que costumam estar despertos, vendo televisão e jogando videogames, enquanto que dormem à luz do dia.


Naturalmente que toda essa inatividade só é possível porque os pais sustentam o indivíduo, alimentando-o e provendo o necessário, ainda que se converta em uma espécie de desconhecido que permanece em casa, mas que praticamente não é visto pelos familiares.

Como se manifesta a síndrome de hikikomori?

O indivíduo que padeça da síndrome, começa a experimentar mudanças em sua atitude muito lentamente. Geralmente, costuma começar com uma tristeza constante e a perda de amizades, coisa que leva eles a desenvolverem inseguranças que, pouco a pouco, minimizam as suas conversas. Essa atitude faz com que o indivíduo receba críticas, especialmente na escola ou no trabalho, algo que absolutamente não ajuda na sua recuperação.


Mais tarde, o indivíduo se isola em seu quarto e deixa de relacionar-se socialmente, exceto com seu computador ou com a televisão. Se essa situação prolonga-se, as habilidades sociais e a mente do hikikomori ficam severamente afetadas, já que esquecem como reagir ante qualquer coisa que não seja uma tela.

E a família do hikikomori?

A família do hikikomori, no Japão, costuma levar o problema em segredo e geralmente, demora muito para buscar a ajuda de um psicólogo que possa tratar o jovem. O padrão de atuação, é deixar cair toda a responsabilidade com respeito ao jovem na mãe, quem tratou dele sempre e se limitar a deixar que o afetado por si só, decida voltar à sociedade. Sem ajuda, contando apenas com a sua maturidade.

Em alguns casos, os pais decidem obrigar o jovem a viajar ao estrangeiro, onde sua conduta não evolui e só faz com que o problema seja transladado à família que o acolhe.


Uma reação tão passiva não ajuda o afetado e provoca situações como a que se vive atualmente no Japão.
Hoje em dia, muitos hikikomori já têm quarenta anos, depois de passarem vinte anos de isolamento. Esses indivíduos pertencem à primeira geração de hikikomori e seu regresso à sociedade preocupa muito os japoneses que calculam que, se não for encontrada uma solução, em 2030 poderiam ser confrontados com um grande problema: os primeiros hikikomori terão 60 anos e seus pais, quem mantinham eles, começariam a morrer.

Que será destes indivíduos isolados? O Estado terá que se encarregar deles? Essa síndrome, além do mais, está cada vez mais estendida, até o ponto que, segundo o psicólogo Tamaki Saitou - quem cunhou o termo hikikomori - atualmente um 1% da população japonesa é hikikomori.

O hikikomori na antiguidade 

Países asiáticos em geral, e o Japão em particular, têm uma longa história exaltando as virtudes da solidão.

Figuras religiosas, como Buda, Bodhidharma e outros heróis e profetas de tradições orientais, gastaram uma quantidade significativa de tempo sozinhos, contemplando a natureza do universo.

A título de exemplo, Bodhidharma, uma figura do budismo chinês, certa vez supostamente passou sete anos olhando para a parede de uma caverna.

A tradição do Zen japonês e Xintó, antes disso, também comemoraram a nobreza da solidão, e há muitos poemas e obras literárias que ilustram esse hábito cultural.



Superação do hikikomori

Quando o afetado decide voltar à sociedade, depois de refletir e tomar a iniciativa ele mesmo, sofre o inenarrável. O indivíduo é alguém que perdeu grande parte das habilidades sociais e nível acadêmico. Isso faz com que continue se sentindo inseguro com respeito ao resto da população, a quem esconde sem duvidar, seu obscuro passado de hikikomori.


Existem duas classes de terapia para hikikomoris: a japonesa, que apoia a livre vontade e o processo do afetado, e a ocidental, que aposta mais pela firmeza de decisões e a autoridade sobre o afetado. Este complexo tema é muito extenso, e merece uma atenção mais profunda.

Fonte Fonte Fonte Fonte

2 comentários:

  1. Me encontrei nas descrições das atitudes de quem vive essa síndrome. Tenho enorme dificuldade em sair de casa:meu quarto é meu refúgio. Não quero sair.No entanto, diferentemente do descrito, moro na casa de minha mãe, sou aposentada, com 57 anos. Fui me enclausurado aos poucos...o último fator decisivo foi o ganho de mais de 15 KGS. Não me encaixo totalmente no perfil, mas ate agora foi o que se aproximou mais da maneira como vivo.

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    1. PENSO QUE deveria procurar um bom psicólogo... a impressão que tive é que você está numa DEPRESSÃO e precisa MUITO DE AJUDA PROFISSIONAL GABARITADA! Busque alguém realmente bom em Psicologia. DE INÍCIO, poderá ser gratuito o tratamento... nas FACULDADES DE PSICOLOGIA, os alunos quase graduados dão atendimento supervisionado pelos seus professores. É MUITO BOM!!!! Boa sorte!

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